Durante uma pesquisa de campo na
Serra do Mar, um grupo de pesquisadores da empresa Extracta Moléculas Naturais,
fundada em 1998 por cientistas brasileiros, encontrou mais uma espécie de
planta do gênero Kielmeyera: A Kielmeyera
aureovinosa. Posteriormente, em laboratório, o grupo fez testes para testar
o potencial antimicrobiano desta e de outras plantas que estavam sendo
estudadas.
Eles utilizaram etanol de alta pureza
para extrair moléculas de partes diferentes da planta (flor, folha, raiz e
caule). Depois, esses extratos foram diluídos em solvente universal, e então,
testados em culturas de Staphylococcus
aureus. A bactéria que é responsável pela maioria dos casos de Fasciíte Necrosante. (Ver postagem sobre a doença)
Os testes demonstraram que: com o uso
de um extrato menor da K. aureovinosa,
em relação aos extratos das outras plantas, foi possível eliminar 99,99% das
bactérias em uma colônia de S. aureus.
O que representa maior eficácia do que outros compostos utilizados como
antibióticos, como a meticilina.
O composto extraído recentemente, foi
batizado de Aureociclina, e também é mais resistente que a Mupirocina –
antibiótico sintético utilizado atualmente para combater a S. aureus resistente à meticilina em lesões cutâneas. E, segundo os
pesquisadores, para matar uma mesma quantidade de bactérias, é preciso usar
0,25 microgramas de Mupirocina por mililitro, contra apenas metade desse valor
da Aureociclina.
Os antibióticos possuem muitas classificações,
e a mais frequente, agrupa-os segundo os mecanismos que utilizam contra os
agentes causadores de infecções bacterianas. Alguns alteram a membrana celular,
e outros, lesionam a parede da célula. Sendo que a maioria, inibe a síntese dos
ácidos nucleicos. Entretanto, os antibióticos devem ser seguros para as células
humanas, ou seja, devem produzir uma toxina não prejudicial às células e
tecidos humanos.
O antibiótico produzido a partir da
planta brasileira, típica do cerrado brasileiro, mais epecificadamente a partir da raiz da mesma, está sendo utilizado na
produção de um creme tópico para aplicações sobre lesões cutâneas,
principalmente em hospitais, um local propício a se contrair doenças
contagiosas. Agora, o desafio da equipe de cientistas é mostrar que
Aureociclina não somente combate bactérias isoladas, como também é eficiente no
combate à infecção quando a bactéria já venceu o sistema imunológico. O maior empecilho
é o alto custo de uma pesquisa tão trabalhosa.
Fontes:
Por Lucas H.
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