quarta-feira, 27 de junho de 2012

Descoberta brasileira contra superbactéria

          Durante uma pesquisa de campo na Serra do Mar, um grupo de pesquisadores da empresa Extracta Moléculas Naturais, fundada em 1998 por cientistas brasileiros, encontrou mais uma espécie de planta do gênero Kielmeyera: A Kielmeyera aureovinosa. Posteriormente, em laboratório, o grupo fez testes para testar o potencial antimicrobiano desta e de outras plantas que estavam sendo estudadas. 

          Eles utilizaram etanol de alta pureza para extrair moléculas de partes diferentes da planta (flor, folha, raiz e caule). Depois, esses extratos foram diluídos em solvente universal, e então, testados em culturas de Staphylococcus aureus. A bactéria que é responsável pela maioria dos casos de Fasciíte Necrosante. (Ver postagem sobre a doença)

           Os testes demonstraram que: com o uso de um extrato menor da K. aureovinosa, em relação aos extratos das outras plantas, foi possível eliminar 99,99% das bactérias em uma colônia de S. aureus. O que representa maior eficácia do que outros compostos utilizados como antibióticos, como a meticilina.  
            O composto extraído recentemente, foi batizado de Aureociclina, e também é mais resistente que a Mupirocina – antibiótico sintético utilizado atualmente para combater a S. aureus resistente à meticilina em lesões cutâneas. E, segundo os pesquisadores, para matar uma mesma quantidade de bactérias, é preciso usar 0,25 microgramas de Mupirocina por mililitro, contra apenas metade desse valor da Aureociclina.
    Os antibióticos possuem muitas classificações, e a mais frequente, agrupa-os segundo os mecanismos que utilizam contra os agentes causadores de infecções bacterianas. Alguns alteram a membrana celular, e outros, lesionam a parede da célula. Sendo que a maioria, inibe a síntese dos ácidos nucleicos. Entretanto, os antibióticos devem ser seguros para as células humanas, ou seja, devem produzir uma toxina não prejudicial às células e tecidos humanos.
          

            O antibiótico produzido a partir da planta brasileira, típica do cerrado brasileiro, mais epecificadamente a partir da raiz da mesma, está sendo utilizado na produção de um creme tópico para aplicações sobre lesões cutâneas, principalmente em hospitais, um local propício a se contrair doenças contagiosas. Agora, o desafio da equipe de cientistas é mostrar que Aureociclina não somente combate bactérias isoladas, como também é eficiente no combate à infecção quando a bactéria já venceu o sistema imunológico. O maior empecilho é o alto custo de uma pesquisa tão trabalhosa. 


Fontes:

Por Lucas H. 

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