A rara síndrome de Hutchinson-Gilford, ou Progéria (do grego: velhice) é provocada por
uma mutação do gene LMNA (pronuncia-se lamin-a), presente no cromossomo 1. É
considerada, por certas vertentes, uma doença genética dominante autossômica.
Entretanto, segundo pesquisadores, parece não haver relação com algum fator
hereditário. Classificando-a, então, como uma mutação “de novo”.
Hayley Okines, uma das mais famosas crianças que sofrem da síndrome de Hutchinson -Gilford. |
Uma mutação é verificada quando ocorrem
alterações no material genético, como uma simples deleção, inserção ou
substituição de uma base nitrogenada de um nucleotídeo que compõe o DNA. No
caso da Progéria, ocorre simplesmente a substituição de uma C (citosina) por
uma T (timina), sendo que o gene LMNA é composto por 25000 pares de bases.
O gene LMNA sintetiza duas proteínas:
Prelamina A e Prelamina C. Elas são responsáveis pela estabilidade estrutural
das membranas dos núcleos das células. O problema nos afetados é que um “grupo
farnesyl” é adicionado à proteína Prelamina A, para realizar a ligação com a
membrana nuclear, em consequência da falta de 50 aminoácidos em sua composição
normal. Isso a transforma na chamada Progerina. A qual não se adéqua à membrana
nuclear de forma correta, e permanece grudada a ela, impedindo comportamentos e
funções normais da célula.
Esquema indicativo dos sintomas da síndrome de Hutchinson-Gilford. |
A Progéria é considerada fatal, em razão
do rápido envelhecimento celular, e da alta propensão à arteriosclerose,
paradas cardíacas, e AVC. Esses fatores costumam não permitir que os afetados
vivam até os 15 anos de idade. Isso, sem contar com outras características da
síndrome, como: nanismo; ausência de pelos e cabelo; nariz em forma de bico;
face e mandíbula pequenas em relação à cabeça; má formação da arcada dentária;
pele de aspecto envelhecido; dificuldade de formação de tecido adiposo; e
sistemas cardiovascular, muscular e esquelético frágeis e mal desenvolvidos.
Felizmente, em Setembro de 2012, o “Proceedings
of the National Academy of Sciences”, dos EUA, divulgou que uma droga com um
composto chamado “farnesyltransferase inhibitor (FTI)”, o mesmo utilizado no
tratamento contra o câncer, apresentou avanços notáveis no quadro dos afetados,
depois do estudo de dois anos e meio, com 28 crianças de 16 países diferentes
(75% dos afetados vivos).
A medicação oral, intitulada de “Lonafarnib”,
possui uma função simples no organismo: impedir com que o “grupo farnesyl” se
ligue à proteína Prelamina A. Entretanto, a mutação no gene de cada célula não
pode ser revertida, mas as células podem não ter mais suas funções tão
fortemente prejudicadas pela proteína modificada.
Os pacientes foram medicados duas vezes ao
dia, a cada quatro meses, durante dois anos e meio. E tiveram, entre as mais notáveis,
as seguintes melhoras:
- Aumento da a capacidade de ganho de
peso: Um a cada três participantes do tratamento elevou o nível de ganho anual
de gordura em 50%, ou, pelo menos, pararam de perder peso. Tais fatos
aconteceram em razão do aumento de massa muscular e esquelética e na melhora do
metabolismo.
- Aumento da capacidade cardiovascular: 35%
da rigidez arterial (ligada à arteriosclerose e derrame) foi decrescida, assim
como a densidade das paredes dos vasos sanguíneos, no geral, foi aumentada.
Tais melhoras mostram que a droga não
somente atenuou os sintomas mais graves da síndrome, como também conseguiu
reverter algumas de suas consequências.
Após o sucesso do tratamento, a
expectativa de vida dessas crianças aumentou. Aumentou também a curiosidade
sobre o medicamento, já que o envelhecimento natural tem influência da
Progerina ao passo do avanço da idade.
Por Lucas H.
Por Lucas H.
Fontes:
http://www.medicalnewstoday.com/articles/250725.php
http://www.medterms.com/script/main/art.asp?articlekey=5058
http://mutacoesgeneticas.blogs.sapo.pt/4629.html
Cofira no link abaixo, uma reportagem sobre o garoto brasileiro afetado pela Progéria:
http://m.g1.globo.com/rn/rio-grande-do-norte/noticia/2012/10/crianca-com-sindrome-rara-no-rn-sonha-em-viajar-de-aviao-e-ver-neve.html
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